Mendigos, prostitutas e pessoas suspeitas em geral sumiram, nos últimos dias, dos arredores da Esplanada dos Ministérios. Aparentemente, todos resolveram tirar férias voluntárias, em respeito à presença do presidente americano, Barack Obama, no Brasil. E os governos federal e distrital também se mexeram. Quem acha impressionante a mobilização de 1.100 policiais civis e militares, 50 bombeiros, oito aeronaves de diversas forças e cinco lanchas, sem contar o efetivo secreto da Polícia Federal, é porque não viu o batalhão de pintores de meio-fio e aparadores de grama que tem desfilado pelos pontos que poderão cruzar os olhos de Obama. Tudo isso, naturalmente, para mostrar a verdadeira Brasília ao presidente havaiano e à sua turma de assessores e atiradores de elite com passe livre para se instalar nos prédios da capital.
Já quem pretende ver Obama de perto deve se preparar. Neste sábado, a circulação na Esplanada só poderá ser feita a pé e, mesmo assim, até pontos determinados, onde policiais estarão posicionados para restringir o acesso, com a resposta para as reclamações na ponta da língua: “Não podemos fazer nada.” Ao que o povão da oitavasétima maior economia do mundo certamente reagirá na maior elegância: YES, WE CAN! YES WE CAN!