Archive for agosto, 2011

Superpreços

Preguiça de ir a outroMais um ano, mais um título. Desta vez, o Distrito Federal sagra-se o estadoa unidade da federação com os supermercados mais caros do país, segundo a associação Proteste. Uma cesta com 104 produtos custa aqui, em média, 19% a mais do que em Pernambuco. Mas não é só isso. A capital também tem a maior disparidade entre estabelecimentos. De acordo com a Proteste, considerando-se a mesma cesta, é possível economizar até R$ 1.900 por ano escolhendo o supermercado certo.

Dos 38 mercados pesquisados – curiosamente nenhum das regiões administrativas mais “distantes” – os mais baratos foram o Assaí e o Super Adega, dois expoentes do chamado atacarejo. A lista dos mais careiros é encabeçada pelo inacreditável Oba, um hortifruti com espírito brasiliense, seguido por Pão de Açúcar e Big Box.

A explicação para os preços praticados em Brasília, cortesia do Correio Braziliense, é a de sempre: alta renda e grande número de servidores públicos (sim, eu juro, o jornal menciona como fatores distintos). Uma resposta fácil, conveniente e que pesa no bolso.

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Salvem os 30%!

Um baratoA Secretaria de Transportes do Distrito Federal (STDF) reiniciou uma antiga batalha para acabar com um dos maiores tesouros do patrimônio imaterial da capital: os táxis com 30% de desconto. Como faz periodicamente há anos, certamente na defesa do interesse público, a burocracia distrital tenta emplacar uma interpretação neolusitana do Art. 41, I da Lei 4.056/2007 (consulte aqui), que manda o motorista “cobrar o valor exato pela corrida, conforme registrado no taxímetro”. Em termos mais claros, a STDF acha, ou pelo menos finge achar, que o preço com desconto, por não ser “o valor exato registrado no taxímetro”, prejudica o consumidor. Isso apesar de a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça (SDE) já ter emitido dúzias de recomendações e pareceres afirmando que a prática não só não prejudica o consumidor como tampouco representa qualquer abuso concorrencial.

De minha parte, declaro que, se o GDF conseguir acabar com os descontos nos táxis 3030, arrumo as malas e vou direto para o aeroporto. De ônibusDe bicicleta.

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Pernas curtas

Proibido andarAndar não é a praia do brasiliense. Aqui o sujeito corre 10 km em eventos de fim de semana, mas pega o carro para ir à padaria no bloco ao lado. A desculpa preferida é a falta de estrutura para as caminhadas. “Não tem calçada”, diz um. “Faz muito sol”, argumenta outro. “É perigoso”, esfarrapa um terceiro. Talvez por isso mesmo em lugares bem calçados, ou à noite, ou em áreas bem protegidas de carros e malfeitores em geral, os pedestres sejam igualmente raros…

Lembrei disso hoje ao caminhar dez minutos, na hora do almoço, até um restaurante. Passei, no trajeto inteiro, por duas ou três pessoas. Mas o restaurante, simples, com comida a quilo, estava cheio. Como as pessoas chegaram lá?

Digamos apenas que hoje fez sol.

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Reciclando a quarta-feira

Em círculosQuinze dias fora, cinco anos por aqui… O tempo passa, o tempo voa, e muitos dos temas – do blogue, da cidade – não mudam. Marcha das Margaridas. Recorde de seca. Denúncias de fraude. Podia ser 2007. Podia ser semana passada. Mas é apenas quarta-feira, 17 de agosto de 2011.

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