Perto de completar 50 anos, Brasília pode finalmente se orgulhar de ser lar não só de milhares de exilados, mas também de legítimos candangos da gema. Conseqüência comum desse sentimento é o destaque dado às figuras nativas que se projetam nacional e internacionalmente. O fenômeno é mais freqüente no esporte. Quando aparece um César Castro, competidor de alto nível dos saltos ornamentais, ou uma Ketleyn Quadros, judoca medalha de bronze em Pequim, a imprensa local não cansa de repetir: atleta brasiliense faz isso, atleta brasiliense faz aquilo.
E não deixa de ser justo.
Mas como tratar, por outro lado, o caso de uma nadadora banida do esporte por doping que decide disputar a Liga Nacional de futebol feminino (um campeonato, logicamente, amador) pela Ascoop (Associação Atlética Esportiva e Recreativa dos Cooperados e Funcionários de, ufa, Cooperativas)? Página inteira nos jornais e bloco de encerramento na televisão.
Por quê?
Rebeca Gusmão, 23 anos, 97 quilos, é candanga da gema.
p.s.: A bem da verdade, também o nacional Jornal Nacional divulgou, nesta terça-feira, as novas aventuras da nadadora.